sábado, 2 de agosto de 2014

Você sabe o que é Síndrome dos Ovários Poliscísticos (SOP)?

Os ovários são dois órgãos, um de cada lado do útero, responsáveis pela produção dos hormônios sexuais femininos e por acolher os óvulos que a mulher traz consigo desde o ventre materno. Entre 20% e 30% das mulheres podem desenvolver cistos nos ovários, isto é, pequenas bolsas que contêm material líquido ou semi-sólido. São os ovários policísticos, que normalmente não têm importância fisiológica, mas que em torno de 10% estão associados a alguns sintomas. Os outros casos são assintomáticos.

A diferença entre cisto no ovário e ovário policístico está no tamanho e no número de cistos.

Causas
Os hormônios sexuais femininos incluem estrogênio e progesterona, assim como hormônios chamados andrógenos. Os andrógenos, frequentemente chamados "hormônios masculinos", também estão presentes em mulheres, mas em quantidades diferentes.

Os hormônios ajudam a regular o desenvolvimento normal de óvulos nos ovários durante cada ciclo menstrual. A síndrome de ovário policístico está relacionada a um desequilíbrio nesses hormônios sexuais femininos. Um excesso de hormônio andrógeno é produzido, junto com alterações em outros níveis hormonais.
Não está completamente claro por que ou como ocorrem as alterações nos níveis hormonais.

Os folículos são bolsas dentro dos ovários que contêm óvulos. Normalmente, um ou mais óvulos são liberados durante cada ciclo menstrual. Isso é chamado de ovulação. Na síndrome de ovário policístico, os óvulos nesses folículos não amadurecem nem são liberados dos ovários. Em vez disso, eles podem formar cistos muito pequenos no ovário.

Essas alterações podem contribuir para a infertilidade. Os outros sintomas deste distúrbio ocorrem devido aos desequilíbrios hormonais.

As mulheres geralmente são diagnosticadas quanto têm entre 20 ou 30 anos, mas a síndrome de ovário policístico também pode afetar adolescentes. Os sintomas frequentemente surgem quando começam os períodos menstruais de uma menina. As mulheres com este distúrbio frequentemente têm uma mãe ou irmã que têm sintomas semelhantes àqueles da síndrome de ovário policístico.

Sintomas
* Alterações menstruais – As menstruações são espaçadas. Em geral, mulher menstrua apenas poucas vezes por ano;
* Hirsutismo – Aumento dos pêlos no rosto, seios e abdômen;
* Obesidade –Ganho significativo de peso piora a síndrome;
* Acne – Em virtude da maior produção de material oleoso pelas glândulas sebáceas;
* Infertilidade.

Não foi estabelecida ainda a causa específica da síndrome dos ovários policísticos. Sabe-se que 50% das mulheres com essa síndrome têm hiperinsulinismo e o restante apresenta problemas no hipotálamo, na hipófise, nas supra-renais e produz maior quantidade de hormônios masculinos.

Exames
Em um exame pélvico, o médico pode observar o clitóris dilatado (muito raramente) e ovários dilatados.
Diabetes, pressão arterial alta e colesterol alto são descobertas comuns, assim como ganho de peso e obesidade.
Peso, índice de massa corporal (IMC) e circunferência abdominal são úteis na determinação dos fatores de risco.
Níveis de hormônios diferentes que podem ser examinados incluem:
• Níveis de estrogênio
• Níveis de hormônio folículo estimulante (FSH)
• Níveis de hormônio luteinizante (LH)
• Níveis de hormônio masculino (testosterona)
• 17-cetosteroides
Outros exames de sangue que podem ser realizados incluem:
• Glicose em jejum e outros exames de intolerância à glicose e resistência à insulina
• Níveis de lipídios
• Teste de gravidez (HCG)
• Níveis de prolactina
• Testes de funcionamento da tireoide
Outros testes possíveis:
• Ecografia vaginal para observação dos ovários
• Laparoscopia pélvica para observação mais detalhada e possivelmente biópsia dos ovários

Tratamento
As formas de tratamento devem ser analisadas caso a caso, de acordo com os sintomas da paciente. Muitas delas são de efeito mais estético que terapêutico, já que a síndrome não tem cura. Embora alguns sintomas possam ser tratados como doenças isoladas (acne, por exemplo), não é recomendável fazer essa medicação específica, pois ela não atua na origem da SOP, tendo efeito apenas superficial.
As formas de tratamento mais comuns são:
• exercícios físicos regulares
• dieta de emagrecimento ou específica para diabéticos
• uso de pílula anticoncepcional específica para SOP, que atua também nos problemas de acne e hirsutismo, além de regular o excesso de testosterona
• uso de hipoglicemiantes orais
• uso de estimulantes da menstruação
• caso a paciente deseje engravidar, uso de clomifeno para reverter a infertilidade
• uso de cosméticos específicos para diminuir a acne
• psicoterapia para controle do estresse e redução da ansiedade causada pelas mudanças corporais.
Complicações possíveis
• Maior risco de câncer de endométrio
• Infertilidade (o tratamento precoce da doença ovariana policística pode ajudar a prevenir a infertilidade ou aumentar a chance de se ter uma gestação saudável)
• Doenças vinculadas à obesidade (IMC acima de 30 e circunferência da cintura maior que 90 cm), como pressão arterial alta, problemas cardíacos e diabetes

• Possível risco maior de câncer de mama


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